Ainda repercuti, e muito, as informações veiculadas na noite deste domingo (13), pelo programa Fantástico da Rede Globo que mostrou detalhes de um esquema que desviou mais de R$ 2o milhões em precatórios do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte.
A mais nova informação sobre o caso diz respeito à assessora do ex-desembargador Rafael Godeiro, a servidora pública e também advogada Ana Lígia Cunha de Castro – que é citada na reportagem e atuava como uma espécie de articuladora do esquema que cobrava propina dos advogados envolvidos nas causas.
Ana Lígia é natural de Guarabira e pertence a uma das famílias mais tradicionais da cidade. Ela é filha da também advogada Estela Cunha e do juiz aposentado e ex-delegado Lavosier de Castro.
Informações chegadas à nossa redação confirmam que no último final de semana, Ana Lígia Cunha esteve inclusive em Guarabira, onde ao lado de seus familiares, comemorou o Dia das Mães.
De acordo com a denúncia, confirmada pelo advogado Francisco Gurgel Júnior, Ana Lígia era quem cobrava as propinas em nome dos desembargadores para realizar alterações nos valores liberados pelo Tribunal. Em média, cada ação custava R$ 200 mil, na qual a advogada de Guarabira ficava com 20% do total (R$ 40 mil) e o restante era encaminhado para o presidente do TJ.
Procurada pela reportagem da TV Globo, Ana Lígia não quis dar declarações, no entanto, através de seu advogado, negou todas as acusações.
Entenda o caso – Uma funcionária do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJ-RN), suspeita de participar de um desvio de R$ 20 milhões do órgão, acusou dois desembargadores de envolvimento no esquema. Carla Ubarana Leal, que trabalha desde 2007 na divisão de precatórios do tribunal, disse que o dinheiro roubado foi dividido entre ela e dois ex-presidentes do órgão. “Entreguei a desembargador Osvaldo Cruz e entreguei a desembargador Rafael Godeiro”, disse. O esquema usou vários métodos para fazer o dinheiro sair da conta do tribunal, inclusive pagando os chamados “laranjas”. As informações são do programa Fantástico, da TV Globo.
A funcionária do TJ afirmou que ela e o marido, que também é acusado de montar o golpe, gastaram parte do dinheiro comprando imóveis, fazendo viagens e adquirindo bens. Em depoimento ao Ministério Público do Rio Grande do Norte, Carla falou de uma mansão à beira-mar adquirida com a verba desviada. “Ela (a casa) tem, como diz meu marido, mais de 2 mil² só de grama”. Segundo o procurador-geral do Estado, Luciano Ramos, o dinheiro foi desviado por meio de precatórios. “O responsável por autorizar estes pagamentos é o presidente do Tribunal de Justiça. E, à época, eram justamente os dois desembargadores que foram afastados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ): Osvaldo Cruz e Rafael Godeiro”, disse Ramos. Procurados, os ex-presidentes do TJ-RN não quiseram falar sobre o caso e negaram a acusação. Como têm foro privilegiado, são investigados em liberdade pelo STJ. Carla e o marido estão em prisão domiciliar. O casal e os laranjas respondem por peculato e formação de quadrilha.
Da Redação com informações da Rede Globo
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